Certamente, todos já ouviram a expressão “a primeira impressão é a que fica”. No universo da saúde, essa afirmação adquire uma relevância ainda maior, uma vez que a interação inicial entre profissional e paciente pode moldar toda a trajetória do vínculo terapêutico. Neste artigo, vamos explorar a influência marcante das primeiras impressões na área da saúde, destacando como os profissionais podem ir além do simples cumprimento inicial para construir uma conexão positiva desde o princípio.

É natural para nós, seres humanos, confiar nas nossas primeiras impressões, muitas vezes guiados pelo viés de confirmação. Este fenômeno cognitivo nos leva a interpretar informações de maneira a confirmar nossas crenças preexistentes, impactando diretamente as percepções subsequentes. Se a primeira impressão é positiva, as ações seguintes tendem a ser interpretadas de forma favorável, e vice-versa.

Quem nunca teve a experiência de se deparar com um novo colega de trabalho ou professor na faculdade que não conquistou a simpatia à primeira vista? No entanto, ao investir tempo e vivenciar novas experiências, as percepções podem mudar completamente. Esta situação familiar ilustra como o tempo e a convivência têm o poder de alterar os conceitos formados inicialmente.

No contexto da saúde, esses momentos são cruciais, pois nem sempre há a garantia de uma segunda chance para reverter uma má primeira impressão. A confiança e o vínculo entre profissional e paciente são fundamentais, tornando a criação de uma primeira impressão positiva ainda mais importante. Profissionais de saúde têm a responsabilidade de transmitir confiança e profissionalismo desde o início, influenciando diretamente na jornada terapêutica do paciente.

 A percepção do paciente está intrinsecamente ligada à nossa habilidade de comunicar quem realmente somos. Ao apresentar nossas potencialidades de maneira genuína, construímos uma base sólida para o estabelecimento de uma relação de confiança.

Imaginemos uma situação em que respondemos a uma dúvida do paciente, acreditando sermos atenciosos e claros em nossas explicações. Contudo, a utilização frequente de termos técnicos e uma velocidade de fala alta podem levar o paciente a perceber-nos como impacientes e apressados. Reconhecemos que a forma como nos comunicamos é tão vital quanto o conteúdo da informação. Uma abordagem mais pausada, linguagem acessível e atenção à compreensão do paciente podem ser ajustes valiosos para reforçar a impressão desejada.

Na área da saúde, alguns elementos específicos ganham destaque na percepção do paciente desde o primeiro atendimento. A escuta ativa, empatia e comunicação aberta são essenciais, independentemente do meio de contato inicial (telefone, mensagem ou presencial). Criar um ambiente acolhedor e transmitir confiança são passos fundamentais. Ser solícito e disposto a responder dúvidas contribui para estabelecer uma conexão positiva desde o início.

Além disso, a organização do ambiente e a gestão de tempo são pontos essenciais nos primeiros momentos de contato. Receber o paciente pontualmente, em um ambiente organizado, evidencia cuidado e respeito pelo seu tempo e bem-estar. O respeito pelos limites da sessão de atendimento assegura uma experiência mais tranquila e focada para o paciente.

E afinal, “a primeira impressão é realmente a que fica?”, Estudos sugerem que não necessariamente. As primeiras impressões podem ser alteradas ao longo do tempo com base em experiências subsequentes e interações mais aprofundadas.

 A flexibilidade cognitiva permite que as pessoas reavaliem suas opiniões com base em novas informações.

No  entanto, isso não diminui a importância das primeiras impressões, especialmente no contexto do atendimento em saúde. 

Uma boa primeira impressão atua como uma porta de entrada, abrindo caminho para que a experiência prossiga de forma positiva, enquanto uma impressão negativa pode criar barreiras significativas. Estar consciente do impacto desde o início e investir na construção de relações terapêuticas sólidas ao longo do tempo garante uma base sólida para o sucesso do tratamento.

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