O trabalho do profissional da área da saúde está ligado ao direcionamento e orientação à adaptações, estilo de vida e mudança de hábitos. Por mais que esses profissionais lancem mão dos melhores métodos e técnicas para o seu paciente, só terão resultados efetivos quando houver a adesão do paciente ao tratamento, ou seja, quando ele se tornar protagonista do seu processo de saúde.
Isso quer dizer que só depende do paciente? não, isso quer dizer que depende também dele, sem ele, não é possível haver qualquer mudança.
Grande parte dos tratamentos em saúde dependem de uma mudança de comportamento por parte daquele que está sendo tratado e muitas vezes também dos seus familiares e/ou cuidadores. A adesão a essa mudança é um processo multifatorial, que exige uma parceria entre quem cuida e quem é cuidado.
No campo da reabilitação, lidamos com situações das mais variadas. Pessoas que por muitos anos realizavam tarefas de uma maneira, agora precisam fazer adaptações em suas rotinas para conseguir realizá-las. Ou pacientes que estão lidando com processos de aprendizagem de novas habilidades, onde exige esforço, frequência e constância de todos os envolvidos nessa relação do cuidado e busca de qualidade de vida.
Diante da complexidade sobre o processo de mudança do comportamento, surgiu o modelo transteórico (MTT) ,desenvolvido por Proshaska e DiClemente em 1983, que visa observar a prontidão do paciente para a mudança e identificar em que estágio deste ciclo ele se encontra.
Segundo o MTT a mudança ocorre em cinco estágios que devem ser identificados para que seja possível intervir adequadamente em cada um deles e assim auxiliar no processo de mudança.
O Modelo Transteórico já foi aplicado em diversas situações, como mudança de hábitos para tratamento de doenças crônicas como a diabetes e hipertensão; tabagismo e abuso de álcool; stress, reabilitação auditiva, reabilitação vocal e baixa adesão a tratamentos medicamentosos.
Conheça a seguir os cinco estágios da mudança, segundo o Modelo Transteórico:
Pré contemplação – Quando a pessoa ainda não está consciente do seu problema, a mudança comportamental ainda não foi considerada. Pode estar nesse estágio por falta de informação e conhecimento sobre sua saúde ou condição.
Contemplação – Neste estágio ele reconhece o problema e percebe os pontos positivos que a mudança pode trazer para a sua vida, porém ainda não está tomando nenhuma atitude de mudança.
Preparação – Aqui a pessoa já tomou algumas decisões e está se preparando para a mudança. Tem um plano de ação, está em busca de um profissional e/ou busca ativamente algum conhecimento para lhe auxiliar.
Ação – Neste estágio ela já realizou mudanças recentemente, é um fato evidente, passou da preparação e planejamento para a execução de fato.
Manutenção – o Último estágio contempla a mudança concretizada, aqui a pessoa busca manter os novos hábitos, a fim de não haver recaídas.
A recaída faz parte e o processo de mudança pode transitar das fases de ação e manutenção para os estágios anteriores.
Pensar na jornada do paciente através do modelo transteórico nos ajuda a compreender que cada um pode estar em uma fase diferente e necessitando de uma postura profissional adequada para o estágio em que o paciente se encontra, de modo a contribuir para que o paciente se sinta mais motivado.
A identificação do estágio em que o paciente está permite maior entendimento por parte do profissional, possibilitando investigar os pontos que interferem positiva e negativamente para a ação de mudança e adesão ao tratamento proposto. O conhecimento desses dados direciona melhor a conduta terapêutica e a elaboração de estratégias condizentes às necessidades do paciente.
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Escrito por:
Nossa founder e fonoaudióloga com experiência de 6 anos no atendimento de crianças com necessidades especiais em formato multidisciplinar, encontrou todas as dores que focamos em resolver quando foi atender em clinica particular, ela é a nossa guia e tem o desafio de fazer a ponte entre a área de desenvolvimento e os usuários finais.